10 Coisas que aprendi com paste paper
Aprender e estudar sobre paste paper, tem sido uma jornada e tanto para mim, não só por adquirir novos conhecimentos e por aprender uma nova técnica de pintura. Mas também tem sido tanto uma grande autodescoberta pessoal, quanto como artista. E pensando sobre isso, fiz uma lista sobre 10 coisas que aprendi fazendo paste paper e quero compartilhar essa lista com você neste artigo.
1. Aprendi a ter mais paciência
Quando se fala em pintura, essa é uma coisa que precisamos ter. Afinal, é preciso paciência na hora de misturar as cores das tintas, é preciso paciência para esperar ela secar e assim vai. Não seria diferente na hora de fazer paste paper que não só tem o processo de pintura e secagem. Além disso, tem o processo de feitura da Misturinha Mágica que é o espessante que traz a característica única dessa técnica.
Fora esses processos, se a gente não tiver paciência na hora de pintar e fazer os padrões nos papéis, nada fica como o esperado. Então, fazer paste paper tem me feito exercitar bastante a paciência e perceber que realmente, a pressa é inimiga da perfeição.
2. Nem sempre vamos ter total controle do resultado final
Essa é uma lição que aprendi depois de pintar muitos papéis e no fim, não gostar de nenhum. Quando eu percebi que os melhores papéis eram aqueles que eu sabia o padrão que faria, mas eu não me cobrava tanto a perfeição dele, foi aí que veio até aqueles brilhinhos de filme na hora, sabe? Hahaha…
Tentar controlar todo o processo, não deixa a pintura e o desenho fluido, pelo contrário, tudo fica duro e o traço sai forçado. Porque a cobrança em cima de você mesma é muito grande, você fica tensa e acha que não vai ficar bom. Por isso, não se cobre tanto, deixa fluir, aliás essas duas palavrinhas são as que mais uso nos meus workshops presenciais de paste paper e são as que fazem toda a diferença na hora de produzir.
Além disso, o paste paper depois que a gente pinta, faz os padrões e deixa pra secar, ele passa por outra transformação, quase todo o relevo deixado pela Misturinha Mágica com a tinta, desaparece, a cor da tinta ao secar muda um pouquinho e o papel que vimos de um jeito, fica um pouco diferente. Dessa forma, nem que a gente queira, o resultado final vai ficar um pouco diferente mesmo.
3. Com paste paper aprendi uma nova maneira de me expressar
Eu sempre pintei e desenhei, desde pequena, acredito que muitas pessoas também fizeram ou fazem isso desde bem novas. E ao longo das minhas experimentações, estudos e descobertas, conheci muitas técnicas artísticas, aprendi e desenvolvi várias delas.
Mas foi na adolescência que me encantei e me aproximei muito da pintura, tanto que na faculdade, o semestre que começamos a aprender sobre pintura, eu me apaixonei ainda mais e tive a oportunidade de aprender muito sobre várias técnicas, cheguei até a aprender a fazer tintas e nem preciso dizer que amei, né?!
Mas confesso que quando me apresentaram o paste paper, no começo não gostei tanto assim e fiquei na dúvida se essa técnica era pra mim. Só que quando eu decidi fazer de fato, me apaixonei na primeira pincelada e desde então, encontrei no paste paper uma nova maneira de me expressar e venho não só estudando sobre, mas experimentando e praticando muito, tanto para ensinar minhas alunas e alunos, quanto para descobrir novos jeitos de desenvolver cada vez mais meu próprio estilo.
4. Aprendi a me desligar um pouco dos problemas e me concentrar no momento presente
Acredito que muitas das coisas que eu faço, como a encadernação, desenhar e fazer outros tipos de pintura, me fazem esquecer dos problemas e focar mais no momento presente. Mas desde a primeira vez que pintei com a técnica paste paper, senti isso de uma forma diferente, parece que estou por inteira ali naquele momento pintando e desenhando sobre o papel.
Além disso, parece que consigo nessa hora, me libertar mesmo e deixar minha criança e artista interior se divertir. A sensação e o prazer que essa técnica me trouxe e traz toda vez que produzo, é diferente de todas as outras que já experimentei.
5. Com paste paper aprendi a enxergar mais possibilidades de criação através da pintura
Como já disse aqui, já experimentei várias técnicas de pintura, inclusive já fiz até murais, pinturas em grande formato sobre algodão cru e tudo mais. Só que ao conhecer o paste paper, o leque de possibilidades de criação e a curiosidade para explorar novos suportes, materiais só aumenta.
Sem falar que aprendo muito e descubro várias outras alternativas de criação com minhas próprias alunas. Quero até linkar isso com outra coisa que aprendi com paste paper, criar network e comunidade.
6. Uma comunidade que ama inventar também
Tenho recebido alunas incríveis no Guia do Paste Paper Mágico, meu curso online onde eu ensino o passo a passo sobre essa técnica e cada vez mais elas me ensinam muito também. Além disso, me mostram outras possibilidades, se arriscam, usam materiais e ferramentas diferentes.
Algumas das alunas compartilham comigo suas criações e experiências, o que eu amo, não só de ver o resultado delas. Mas ver que consegui mostrar que a ideia não é fazer papéis decorados iguais aos meus, a ideia é usar tudo o que compartilho e fazer do seu próprio jeito.
Afinal, o objetivo não é simplesmente reproduzir o que ensino nas aulas, mas sim pesquisar, explorar outras maneiras de fazer e assim, encontrar o seu próprio estilo com o conhecimento que adquiriu no curso. E poder acompanhar todo esse processo de perto tem sido muito incrível.
7. Aprendi com paste paper a criar texturas diferentes nos papéis
O paste paper, é uma técnica que nos permite criar papéis decorados sem muita textura, só que você também consegue criar papéis com diversas texturas diferentes. E aos poucos você percebe o que cada ferramenta nos permite fazer, assim como quais tintas usar para fazer determinados tipos de texturas.
E uma das coisas mais legais dessa técnica, é que com materiais simples, como papel amassado, por exemplo, podemos fazer uma textura diferente na pintura. Como no registro abaixo, onde uma das minhas alunas do workshop presencial, se aventurou em amassar o papel pra descobrir o efeito que dava.
8. Aprendi mais sobre papéis decorados
Ao conhecer e começar a fazer paste paper, logo me interessei em procurar saber mais sobre sua história e tudo mais. E durante esse processo, descobri que paste paper é uma técnica que existe desde o século XVI e que apesar de muito antiga, não é muito conhecida e explorada aqui no Brasil ainda, tanto que há um tempo atrás uma amiga e aluna, me enviou o seguinte print:
Além disso, durante essa pesquisa sobre história, também conheci um pouco mais sobre outros tipos de papéis decorado que aliás, quero muito estudar mais.
9. Aprendi com paste paper mais sobre como os papéis reagem ao serem pintados e molhados
Como já disse, faço pintura há muitos anos e cada nova pintura é também uma descoberta. Só que como o paste paper é uma técnica bem molhada, a tinta é mais espessa e tem uma reação diferente nos papéis. Aprendi muito sobre como manusear os papéis ao pintar, sobre como determinadas cores de papéis e tipos diferentes reagem ao usar certas tintas, cores e quantidade de pigmento. Sem dúvidas, tem sido uma experiência incrível e que realmente aprendemos somente colocando a mão na massa.
10. Aprendi mais sobre criação de estampas
Ao longo dos estudos com paste paper, também tenho aprendido muito sobre a criação de estampas, como por exemplo, fazer desenhos diferentes, como distribuir os elementos de forma mais harmônica, entre outras coisas.
Isso é algo que até um tempo atrás, antes de começar a desenvolver os meus papéis decorados, olhava com outros olhos, mas agora percebo cada elemento de uma maneira diferente e muitas vezes me pego vendo alguns padrões, seja em roupas, filmes, séries ou até mesmo na rua e imagino como seria se fizesse algo parecido nos meus papéis.
E essas são algumas das coisas que aprendi desde que comecei a fazer paste paper, com certeza ainda aprenderei muito mais longo dessa jornada. Mas agora quero saber de você, já experimentou fazer essa técnica? Se sim, me conta aqui nos comentários sobre sua experiência.